quinta-feira, 4 de junho de 2009

Filho és pai serás

Desde que saiste de casa tens vindo a mudar, e eu a aceitar, afinal aos filhos tudo se perdoa.
Não entendi onde ficou aquela miuda gira, alegre, companheira, vivaça e serena...
Perdeu-se algures, nesse teu caminho que acompanho quando o partilhas comigo, e sei que mais vezes não o fazes. porque eu tanto te avisei e não queres que eu acene a cabeça...
Mas mesmo assim, fui relevando e acima de tudo calando, ficar sem ti era impensável.
Com a vinda dela ao mundo, por uns tempos vivemos uma magia igual à que havia...
Momentos...
Porque existe outra mãe que não a tua, e depois há comparações, exigências e sei lá o que mais lhe passa a ele naquela cabeça doente, e essa tem de ser tratada duma forma diferente.
Porque é a mãe dele.
Mas sinceramente a revolta calou-se e passei ao estado de indiferença, ele não me atinge porque não o permito, mas usa-te e tu permites e descarregas em mim, as tuas frustações, isso já é pedir demais.
Mas em nome dela e por ela, eu coloquei na prateleira a impulsividade, a resposta pronta e inclusivé o desligar-me algo que faço quando me magoam, deixando no ar sempre que seria até um dia...
E ontem foi o dia.
Já no Sábado me magoaste gratuitamente deixando-me atónita com a atitude... não te reconhecia... mal caíste em ti vieste em lágrimas pedir desculpas, que aceitei, mas ficou cá dentro a tristeza e a sensação que mais uma gota de água e eu explodia.
As palavras de ontem, a forma como as usaste e completamente descabidas, injustas e desnecessárias.... foram as que me fizeram dizer: BASTA!
O risco que corria era ficar despedaçada ou perder-te a ti ou a ela.
Perdida por cem perdida por mil, falei disse tudo o que calei durante os ultimos anos, demonstrei com factos tudo o que precisava apontar, a minha voz era dura e seca, desprovida de qualquer nuance de carinho...
Sentiste que eu não ia desta feita deixar passar e que se fosse preciso afastarmo-nos assim seria, tudo menos deixar que me "achincalhem" só porque sim.
Quando não estamos bem procuramos ajuda, e não fazemos dos que nos amam saco de pancada.

E uma coisa é certa eu não nasci para ser saco de pancada de ninguém, muito menos de ti.
Não almocei, chorei mas tinha feito o que tinha de ser feito.
Quando voltamos a falar por tua iniciativa, choravas de novo, pedias desculpas tentavas remediar... e eu continuava seca, fria e distante.
Nâo sei como vai ser quando nos voltarmos a ver, é bom que este fim de semana seja de interregno, porque preciso apaziguar a alma e lamber as feridas.
Não queria mudar contigo, como mudei com outros que amei tanto...
Mas sinceramente estou tão magoada que não sei.
Esqueceste a máxima: "Filho és pai serás..."

3 comentários:

Madá Nunes disse...

Males da juventude.
quando somos jovens, sabemos tudo, o mundo nos pertence. mas a medida que vamos envelhecendo é que percebemos que as coisas nao sao tao simples e descobrimos que sabemos cada vez menos. o tempo nos foge, a vida se vai. quando aprendemos o suficiente ja e hora da partida, fazer o que, o trem nao espera ninguém. deixa-a lá, que reflita no que fez, quem sabe aprende... quem sabe desperta...
sao males da juventude, ela mesma nao sabe.
beijinho, fica bem, ok?

Unknown disse...

Infelizmente ainda se continua a mudar por "amor".
A esquecer quem nos ama e sempre nos amou para seguir um amor doentio, egoista e ingrato.
E só quando caimos em nós é que percebemos o quanto magoámos quem nos ama.
É triste que se esqueça uma vida de dedicação por uma companhia que se calhar nem é a que mais nos convém.
Mas infelizmente só muito tarde se acorda para a verdade.
Amiga: se calhar o fingir que não nos magoa nem sempre é a melhor maneira de lidar com estas situações.
Não tem de haver escolhas, tem sim que se integrar todos os envolvidos e achar uma plataforma de convivência. Que é possível!
Se para amar alguém temos que desdenhar outras pessoas então isso não é amor, é obcessão.
E mãe é mãe, e ambas as partes têm uma!
Isso sim deve ser "explicado" numa relação; aliás acho que se chegamos a este ponto a dita cuja relação está muito doente!
Bjs grandes e força porque o tempo é um grande Mestre!

Lady disse...

Antes dos 50

Sabes que eu aprendi a gerir esta situação, no inicio foi dificil mas como eu digo, a sabedoria abre as portas a tudo, e assim tneho feito, só que nos ultimos meses a instabilidade reina e eu nem sei os motivos, mas calar e permitir faltas de respeito não deixo.
Se nunca deixei não o permito agora, chega de engolir para o bem da nação, a minha preciosa trava mto dos meus impetos, mas a minha uato estima fala mais alto.

Amo-as é certo mas não doentiamente e duma form simples e lucida.

Obrigada por me acompanheres e dares um animo.

Beijos


Mada

Eu tb fui jovem, tb errei mas o maor dos meus pais era algo intocavel e o respeito e carinho por eles nunca foi tocado, pq o amor que sentia pelo amrido tinha outro patamar.

Cada amor tem o seu espaço.

Beijinhos



Luisa